DITADURA NORTE-COREANA

A ditadura tão temida
A Coreia do Norte se descreve como um Estado Juche (autossuficiente) e é analisada por estrangeiros como uma monarquia absolutista de facto ou uma "ditadura hereditária" com um acentuado culto de personalidade organizado em torno de Kim Il-sung (o fundador do país e seu único presidente), seu falecido filho, Kim Jong-il, e seu neto, Kim Jong-un, atual Líder Supremo do país. Este usa um sistema de governo caracterizado pela departamentalização dos ministérios e nas reuniões anuais do partido governamental PTC ou WPK, em inglês, o Partido dos Trabalhadores da Coreia, é constantemente enfatizado a ideologia socialista, o sistema social e todos os outros tesouros socialistas ganhos à custa de sangue.
Lideranças

Neste contexto,o partido governante por lei é a Frente Democrática para a Reunificação da Pátria, uma coalizão do Partido dos Trabalhadores da Coreia e outros dois partidos menores, o Partido Social Democrático Coreano e o Partido Chongu Chondoista. Estes partidos nomeiam todos os candidatos aos cargos e mantêm todos os assentos na Assembleia Popular Suprema. Eles têm poder insignificante, visto que o líder detém o controle autocrático sobre os assuntos da nação. Assim, em dezembro de 2011, a liderança caiu nas mãos de Kim Jong-un, o mais novo dos três filhos de Kim Jong-il.

Controle maciço

O governo norte-coreano exerce controle sobre muitos aspectos da cultura do país e este é usado para perpetuar um culto de personalidade em torno dos líderes. Quase toda música, arte e escultura são voltadas para glorificar o "Grande Líder", Kim Il-sung, que após sua morte, em 1994, foi designado como o "Presidente Eterno da República", sendo sepultado no vasto Palácio Kumsusan do Sol, no centro de Pyongyang, a capital. Com tal imortalização, para os norte- coreanos,  o mandato do presidente é simbolicamente cumprido pelo falecido. Seu culto foi, então, ampliado a seu filho: o "Líder Querido", Kim Jong- Il que faleceu após liderar a nação por 17 anos. A música "Não há Pátria-Mãe Sem Você", cantada pelo Coro do Exército norte-coreano, foi criada especialmente para o segundo líder ditador e é uma das mais populares do país. O controle é tanto que vários monumentos e símbolos na Coreia do Norte foram nomeados para Kim Il-sung, como a Universidade Kim Il-sung, o Estádio Kim Il-sung e a Praça Kim Il-sung. E com o falecimento do ditador mór, os norte-coreanos foram prostrar e chorar para uma estátua de bronze do presidente em um evento organizado; cenas semelhantes foram transmitidas pela televisão estatal depois da morte de Kim Jong-il. Para se ter uma idéia, o aniversário de Kim Jong-il é um dos feriados públicos mais importantes no território.

A mídia é uma das mais rigorosamente controladas do mundo. Como resultado, a informação é estritamente controlada. Por ironia, a constituição norte-coreana prevê liberdade de expressão e de imprensa, todavia, o governo proíbe o exercício desses direitos em prática. Apenas notícias que favoreçam o regime são permitidas. Assim, o culto à personalidade de Kim Jong-un é regularmente.

A Coreia do Norte tem 12 principais jornais e 20 grandes revistas, todas de diferentes periodicidades e todas publicadas em Pyongyang. Os jornais incluem: o Rodong Sinmun, o Joson Inmingun, o Minju Choson, e o Rodongja Sinmum. Não há jornais privados.

 

A sociedade

De acordo com documentos norte-coreanos e testemunhos de refugiados, toda a população é classificada em grupos a partir do Songbun, um sistema de status, supostamente usado para determinar se uma pessoa é leal ao governo, com responsabilidade determinando as oportunidades dadas a exemplo da alimentação e assistência social adequada. Deste modo, esse sistema afeta o acesso a oportunidades de educação e de emprego e, particularmente, se uma pessoa é elegível para participar do partido governante do país.

Existem três grupos principais e cerca de 50 subgrupos. De acordo com Kim Il-sung, em 1958, a "classe principal" leal constituía 25% da população norte-coreana, a "classe vacilante" 55%, e a "classe hostil" 20%. O status mais elevado é concedido aos indivíduos descendentes de pessoas que participaram com Kim Il-sung na guerra contra a ocupação militar japonesa antes e durante a Segunda Guerra Mundial e para aqueles que eram trabalhadores de fábrica, operários ou camponeses a partir de 1950. No entanto, apesar das distinções, o governo norte-coreano afirma que todos os cidadãos são iguais e nega qualquer discriminação com base em antecedentes familiares.

A educação

Controlada pelo governo, gratuita e obrigatória até o nível secundário. O Estado fornece aos estudantes não apenas instrução e facilidades educacionais, mas também uniformes e livros didáticos. A heurística, o ato de inventar ou fazer descobertas, é altamente aplicada a fim de desenvolver a independência e a criatividade dos alunos. A educação inclui um ano de pré-escola, quatro anos da educação primária e seis anos da educação secundária. O ensino superior não é obrigatório, porém é composto por duas vertentes: ensino acadêmico e ensino superior. O acadêmico inclui três tipos de instituições: universidades, ligados a elas as escolas de pós-graduação para os níveis de mestrado e doutorado, escolas profissionais e escolas técnicas. A Coreia do Norte é um país altamente alfabetizado, com um índice de 99% (dados do governo de 1991).

O sistema de saúde

A assistência médica e os tratamentos são gratuitos. O governo gasta 3% de seu produto interno bruto neste órgão. Desde a década de 1950, a RDPC pôs grande ênfase à assistência médica, e entre 1955 e 1986, o número de hospitais cresceu de 285 para 2 401, o número de clínicas também teve um aumento de 1 020 para 5 644. Há ainda hospitais ligados a fábricas e minas.

No entanto, a instituição da saúde da tem tido um forte declínio desde os anos 1990 devido a desastres naturais, problemas econômicos e escassez de alimentos e energia. Muitos hospitais e clínicas norte-coreanos sofrem, agora, com a falta dos equipamentos e medicamentos essenciais, água corrente e eletricidade.

Quase 100% da população tem acesso à água e saneamento, contudo a água não é completamente potável. Doenças infecciosas como a tuberculose, a malária, e a hepatite B são consideradas endêmicas no país. Entre outros problemas de saúde, muitos cidadãos norte-coreanos sofrem as sequelas da desnutrição causada pela fome e relativa ao fracasso do programa de distribuição.

A economia. Como conseguem ser autossuficiente?

Industrializada e altamente centralizada. Dos cinco países comunistas restantes do mundo, a Coreia do Norte é um dos apenas dois (junto a Cuba) com uma economia inteiramente planejada pelo governo e própria do Estado.

A política de isolação da Coreia do Norte faz com que o comércio internacional seja muito restrito, dificultando um potencial significativo do crescimento desta estrutura. Os mercados privados de pequena escala, conhecidos como janmadang, existentes em todo o país, ajudam a prevenir o agravamento da fome, fornecendo à população comidas importadas e determinados commodities em troca de dinheiro.

Tudo é fornecido pelo Estado. A cobrança de impostos foi abolida desde 1º de abril de 1974 e, a fim de aumentar a produtividade da agricultura e da indústria, desde os anos 1960, o governo norte-coreano introduziu inúmeros sistemas de gestão tais como o sistema de trabalho Taean

Com base em estimativas, o setor dominante da economia norte-coreana é a indústria (43,1%), seguida pela prestação de serviços (33,6%) e a agricultura (23,3%). Em 2004, foi estimado que a agricultura empregou 37% da força de trabalho, enquanto a indústria e a prestação de serviços empregaram os restantes 63%.  As maiores indústrias incluem produtos militares, construção de máquinas, energia elétrica, produção química, mineração, metalurgia, produção têxtil, processamento de alimentos e turismo.

Em histórico, com o fim da União Soviética (1991), principal aliada da Coreia do Norte, a economia nacional entrou numa profunda decadência. O território possui cerca de 50% da reserva mundial de magnesita, além de depósitos de carvão, ferro, tungstênio e grafite. Apesar da riqueza mineral, o país enfrenta vários problemas de ordem socioeconômica em que a produção de alimentos é insuficiente para suprir a demanda nacional, fato que já provocou a morte de mais de 2 milhões de pessoas em razão da subnutrição.

Em julho de 2002, o país do norte da península começou a experimentar o capitalismo privado na Região Industrial de Kaesong. Um pequeno número de outras áreas foram designadas como Regiões Administrativas Especiais, incluindo Sinŭiju junto com a fronteira China-Coreia do Norte. A China e a Coreia do Sul são os maiores parceiros comerciais da nação. Um pequeno número de elementos capitalistas espalham- se gradualmente na área experimental, incluindo cartazes de publicidades ao longo de certas estradas. Relatos abordam que o comércio de fazendas cresceu em Kaesong e Pyongyang, bem como na fronteira China-Coreia do Norte, ignorando o sistema de racionamento de alimentos.

A favor de uma solução para a crise alimentícia, a China e a Coreia do Sul são os maiores doadores de alimentos da Coreia do Norte.  Para além da ajuda alimentar, a China fornece uma estimativa de 80 a 90% das importações de petróleo da Coreia do Norte a "preços amigáveis" que são nitidamente inferiores ao preço do mercado mundial. No entanto, esse ato humanista dos vizinhos é cortado, por vezes, para provocar a Coreia do Norte a retomar negociações boiocotadas. 



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

SAIBA MAIS: EXERCÍCIOS DE APROFUNDAMENTO

SAIBA MAIS: PARALELO 38

SAIBA MAIS: QUIZ